Começo
Nem bem começamos!!
Para o homem uma relação não se
anuncia ela vai acontecendo, meio que por acidente, sem muito querer – não
querendo de fato – para a mulher existem vários estágios, ou indícios que
merecem ser marcadas no calendário e comemorar a cada novo ciclo: semana, mês,
ano...
Nada pode significar
mais ruidoso para uma das partes, o fato de parecer que ‘a coisa’ esta tomando
forma, ficando mais séria! Pro outro (na verdade a outra) parece angustiante a
demora pra ver que ‘esta coisa’ se torne algo mais!!
Um oi quero te
ver! - é nada mais do que:
“- Estou querendo fazer
sexo, e pode ser com você ou a próxima da lista telefônica!” ou “gostou da
minha pegada, tá querendo bis!”
“– Adorei sua companhia, quero conhecer você
melhor!” ou“ Ele está com saudades! Deve estar se apegando a mim!”
Homem transa com a mesma pessoa apenas por
comodismo, por ser mais fácil convencer e porque não dizer:sexo seguro!
A mulher apaixonada não anda dormindo com
outros homens, ela sonha, fantasia ‘coisas’ e com isso espera que o telefone
toque e do outro lado aquela voz máscula e conhecida lhe agrade com uma ou duas
frases soltas, pouco afetivas e muito mais cheia de libido que qualquer outro
interesse, mas que ainda assim farão ela crer que “ele me quer!”
Mulher ama vorazmente
em cada olhar, cada vez que segura sua mão durante o ato... esse que pra ela é
sempre a prova cabal de seu sentimento, só pode ter também esse nome e sempre
com muitos olhares, muitas falas que serão pra ela eternizadas, mas para ele
apenas fazem parte do jogo para se chegar ao clímax!!
Uma boa forma de medir
o que é a relação para ele e para ela, talvez seja o quanto um considera
importante satisfazer o outro no ato e depois dele, bem mais que uma boa noite/
hora de prazer... é o que se pode ter um do outro quando não se está perto, o
que o outro suscita de lembrança, o que faz ansiar o novo encontro. Nesse
quesito hora percebo que muitas pessoas poderão considerar difícil uma mulher,
por exemplo, pretender ouvir ao telefone a voz conhecida para ter a mesma
sensação do toque, mas de fato a psicanalise explica: há sensações e
experiências que vão além do entendimento para quem sabe quem é o seu corpo e
onde ele se limita entre o real e abstrato...
Há coisas que se falam
no olhar e em alguns casos sequer tem o olhar do outro disponível para que se
possa aprender a ler o que diz!
Ás vezes o outro olha
através, não vê, nem deixa ser visto...não nota nada!!
Daí aquela história de
fazer cenas, de exagerar fazendo caras de ciúme, de querer surpreender com algo
diferente... esquece, nem pensar!!!
Ihhh nem precisa se
preocupar com agenda, com possíveis datas, vão passar batidos para ele, e para
ela uma angustia esperar por alguma demonstração de afeto, de lembrança... pra
começar todas as comemorações são meramente ‘comerciais’, e eles não pretendem
engordar os bolsos dos empresários, nem enfrentar inúteis filas para fazer parte
do circulo capitalista!
Mas elas saem às
compras, vão ao salão de beleza, se preparam e... nada! Sequer um telefonema!
Não importa, o tempo,
não importam os sinais,/indícios, as marcas, as idas e vindas devem seguir em
mão dupla, com idas e vindas de ambos, não importa nomenclaturas, status, de
perfil ou de frente, sempre será o mesmo, imutável!
A não ser que se queira
mesmo mudar! Daí a pergunta:
Quem esta pronto? Quem
esta disposto?
E agora digo: nem eles
nem elas estão preparados para assumir esse novo desafio, de se doar, de se
fazer meio para tornar-se inteiro com a parte que o outro o empresta, se doando
ao outro para o completar ainda que aos poucos!
Ainda mais se acaso
alguma das partes já tiver fragmentada, quando de outra metade se dissolveu e
perdeu-se elementos que julga não mais rever...
Nada, nada importa!
Importa o hoje, o agora e o que tem de melhor disto, que se gerou entre as
partes que de uma forma ou outra se completam e se não sabem verbalizar o que
sentem, nem se permitem falar com os olhos...leia o corpo, leia-se e leia-o tão
de perto, tão febril e tão pulsante que nem mesmo se possa separar os músculos
que pulsionam a vida dentro de si. Se acaso perceber que o pulsar de um se
confunde com o pulsar do outro, por instantes não será possível falar pois a
boca seca está, e o tempo já não importa pois para e volta lentamente,
letárgico e aos poucos tudo volta ao normal, ambos exaustos, prontos para velar
o sono justo de quem o encontrou!
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